05 04 SBCAT noticia QuemSomos FrancineMinha trajetória acadêmica começou em 2007 quando ingressei no curso de Química Industrial da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI (Campus Erechim – RS), devido ao meu interesse pela química. No segundo semestre do curso, deixei o emprego que tinha para iniciar o meu primeiro projeto de pesquisa de iniciação científica, sob a orientação da Profa. Sibele B. C. Pergher, sobre a síntese de argilas pilarizadas. Foi na iniciação científica que percebi que eu adorava a vida acadêmica e que queria seguir na pesquisa. Minha relação com a catálise começou durante a iniciação científica, com a síntese e caracterização de catalisadores, e posteriormente no doutorado mais especificamente com as reações catalíticas propriamente ditas. O primeiro congresso de catálise que participei foi o 15° CBCat, realizado em Armação dos Búzios (RJ), em 2009, o qual tem um significado especial para mim pois além de um certificado de apresentação de pôster, saí de lá com um namorado, hoje marido, que também é catalítico (Christian Wittee Lopes). Isso prova que nem tudo que acontece em um congresso fica no congresso.

Posteriormente, em 2012, motivada pela Sibele, que estava atuando como professora na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, ingressei no Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da UFRN. Assim, troquei o frio do Rio Grande do Sul pelo calor do Rio Grande do Norte e mudei-me para Natal para realizar meu mestrado, o qual defendi em maio de 2014, no tema síntese e caracterização de argilas pilarizadas com pilares mistos Al/Co, sob a orientação da Profa. Sibele.

Ainda em setembro de 2013, incentivada pela minha orientadora e sabendo que queria aprofundar meus conhecimentos sobre sólidos inorgânicos e principalmente catálise, me candidatei a uma bolsa do Ciências sem Fronteiras, a qual meses depois foi aprovada, para realizar o doutorado pleno em Química Sustentável no Instituto de Tecnología Química (ITQ) da Universitat Politècnica de València na Espanha.

Ingressei no doutorado em agosto de 2014 e foi no ITQ que comecei a aprofundar meus conhecimentos sobre catalisadores suportados: tipos de suporte, promotores, síntese de nanopartículas suportadas e efeitos de forte interação metal-suporte (SMSI). Mais especificamente, foquei em catalisadores de Co e Ru suportados em TiO2 aplicados à Síntese de Fischer-Tropsch. Em julho de 2018 defendi minha tese sob a orientação do Prof. Dr. Agustín Martínez Feliu. No decorrer do doutorado pude participar de vários congressos na área de catálise, tais como as reuniões anuais promovidas pela Sociedade Espanhola de Catálise (SECAT), reuniões dos jovens pesquisadores participantes da SECAT e ainda do 13° Congresso Europeu de Catálise (2017). Participar desses congressos internacionais foi uma experiência muito gratificante, pois pude dar rosto aos nomes que eu via nos artigos e até conversar e trocar ideias com esses pesquisadores que até então eu só conhecia por nome.

Em agosto de 2018, quando retornei ao Brasil, me candidatei à alguns processos seletivos de pós-doutorado, pois minha motivação era continuar na carreira acadêmica de pesquisadora/professora. Fui aprovada em dois processos seletivos, um na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e outro na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Por uma série de fatores acabei optando por voltar ao RS e realizar o pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Materiais (PGCIMAT) da UFRGS, sob a supervisão da Profa. Michèle Oberson de Souza (bolsa PNPD/CAPES), o qual iniciei em 2019 e continuo atualmente. Assim, no pós-doutorado que estou desenvolvendo, aprofundei meus conhecimentos sobre a síntese de MOFs (metal-organic frameworks), mais especificamente ZIFs (zeolitic imidazolate frameworks) para a conversão de CO2 a carbonatos cíclicos. Além desses materiais, também estou estudando a síntese de zeólitas e aluminofosfatos utilizando líquidos iônicos como agentes direcionadores de estrutura orgânicos. 

Felizmente, tive muita sorte em todas as etapas da minha vida acadêmica pois eu e o Christian sempre conseguimos bolsas nos mesmos lugares, o que fez com que todas as etapas ficassem mais leves (muitos casais não têm essa sorte, espero que ela continue). Felizmente, tive muita sorte em todas as etapas da minha vida acadêmica pois eu e o Christian sempre conseguimos bolsas nos mesmos lugares, o que fez com que todas as etapas ficassem mais leves (muitos casais não têm essa sorte, espero que ela continue).

A catálise me abriu muitas portas, não só profissionalmente, mas também no âmbito pessoal. Conhecer o Rio de Janeiro, no CBCat de Búzios em 2009, na época me pareceu uma conquista enorme, já que eu nunca tinha estado tão longe de casa (Getúlio Vargas, interior do RS). E foi com as experiências e vivências dos congressos de catálise pelo Brasil, e posteriormente, pelo mundo, que vejo que a pesquisa me proporcionou experiências incríveis e um enriquecimento cultural enorme, que provavelmente eu não teria se tivesse optado por outra profissão. Por isso, sou muito grata a todos que sempre me incentivaram a ser pesquisadora, principalmente a Profa. Sibele Pergher, por ter sido a primeira a me fazer brilhar os olhos em relação à pesquisa.

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