Notícia 1Em 1993 iniciei a graduação em Engenharia Química na Escola de Química (EQ) da UFRJ. No início de 1995 estava procurando uma vaga de iniciação científica quando vi no mural da EQ um cartaz do Prof. Martin Schmal, oferecendo uma bolsa de IC no Núcleo de Catálise (NUCAT) da COPPE/UFRJ. Naquela época ainda não havia cursado Cinética e não conhecia muito a área de Catálise. Fui procurar o Prof. Schmal e consegui a bolsa. Fiz três anos de IC no NUCAT, onde começou a minha paixão pela Catálise. Nesses primeiros anos participei de vários projetos que estavam sendo desenvolvidos lá, trabalhando com síntese de catalisadores de paládio suportados e caracterização por técnicas de termodessorção, sob orientação do Prof. Schmal e também do Prof. Donato Aranda.

No final de 1997, quando me formei na EQ, o Prof. Schmal me convidou para fazer mestrado no Programa de Engenharia Química (PEQ) da COPPE/UFRJ. Após os três anos no NUCAT eu já não tinha mais dúvidas quanto ao meu interesse pela área, e então iniciei o mestrado em 1998. Após cursar 4 disciplinas do mestrado e obter nota máxima em todas, fui convidada para o doutorado direto. Meu doutorado foi na área de produção de gás de síntese por reforma seca do metano, utilizando catalisadores de platina suportados em zircônia. O contato com diferentes técnicas de caracterização e as dificuldades inerentes ao trabalho experimental me proporcionaram um amadurecimento muito grande como pesquisadora. O incentivo e o apoio dos meus orientadores foram fundamentais nessa trajetória. Durante o doutorado tive também minha primeira experiência como docente, atuando como professora substituta na UERJ. Com isso, ao final do doutorado, em 2001, já não tinha mais nenhuma dúvida que queria seguir a carreira acadêmica.

Fiz o concurso para Professor Adjunto do Departamento de Processos Inorgânicos da EQ e tomei posse em novembro de 2003. Desde o início no Departamento eu já pensava em montar um laboratório voltado para a pesquisa em Catálise e Materiais, particularmente na área de produção de hidrogênio, que tanto me fascinava desde o doutorado. A oportunidade veio com a minha participação na Rede de Produção de Hidrogênio do Programa Brasileiro de Sistemas Células a Combustível (ProCaC, que depois foi renomeado para ProH2), que proporcionou os primeiros recursos para montar o Laboratório de Tecnologia do Hidrogênio (LabTecH). O laboratório foi inaugurado em 2006 e, desde então, diversos projetos com agências de fomento e também com a Petrobras permitiram a sua expansão e consolidação na área de produção de hidrogênio a partir de diferentes fontes, desde o gás natural até derivados de biomassa, como glicerol e bio-óleo. As linhas de pesquisa se expandiram e o grupo passou a trabalhar também com outras reações, voltadas para a área de química verde. Em 2009 recebi o Prêmio de Pesquisador em Catálise da SBCat, uma grande honra e reconhecimento do trabalho em Catálise desde o doutorado.

Já orientei mais de 50 alunos de mestrado e doutorado, e muitos desses também se tornaram pesquisadores e docentes, e nada me deixa mais feliz do que ver o crescimento e sucesso dos meus alunos. Cheguei na marca de 100 artigos publicados em periódicos, com mais de 2300 citações. Cerca de 80% dessas publicações são em Catálise, e o restante nas áreas de materiais para células a combustível e adsorventes. Esse ano me tornei Professora Titular da Escola de Química, o que é um grande orgulho para mim, um reconhecimento de todo o trabalho de ensino e pesquisa que venho realizando nesses 17 anos na UFRJ e onde ainda desejo realizar muitos outros sonhos.  Poder continuar contribuindo para o crescimento da Catálise no Brasil é um deles.

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